Maio Roxo: Mês de Conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais

Aproximadamente 10 milhões de pessoas no mundo todo vivem com Doença Inflamatória Intestinal (DII). Mesmo assim, muito pouco ou quase nada se debate sobre ela no dia a dia. Por isso, em 19 de maio acontece o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal e no Brasil temos o Maio Roxo.

Mas, o que são as doenças inflamatórias intestinais?

Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)

As Doenças Inflamatórias Intestinais são caracterizadas por um conjunto de sinais e sintomas que se manifestam, predominantemente, no cólon. O cólon é uma parte do intestino com função de extrair água e sais minerais dos alimentos digeridos e as vitaminas K, B1 e B2. A flora intestinal, formada por mais de 700 espécies de bactérias que vivem nele, sintetizam as vitaminas e transformam os carboidratos não digeridos em energia.

As doenças inflamatórias mais comuns são Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn, ambas autoimunes.

Sintomas da DII

Os principais sintomas, que podem piorar depois da ingestão de alimentos específicos, como cafeína, álcool e preparos gordurosos, são:

  • desconforto abdominal;
  • sensação de barriga estufada;
  • dor;
  • cólicas;
  • alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre;
  • flatulência (gases) exagerada;
  • sensação de esvaziamento incompleto do intestino.

Causas da DII

Diversos fatores podem ser causadores de DII, desde transtornos psiquiátricos a infecções. Veja a seguir as principais:

  • motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum;
  • contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
  • hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas;
  • níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
  • infecções e processos inflamatórios;
  • depressão e ansiedade.

Tratamento para a DII

A DII é uma doença crônica sem cura, relacionada ao sistema imunológico e genético. O tratamento visa a melhorar os sintomas – dor, prisão de ventre e diarreia. A doença pode passar longos períodos sem nenhuma manifestação de sintomas, mas fatores como distúrbios intestinais ou questões emocionais podem desencadear novamente os sintomas.

O tratamento é multifatorial e envolve:

  • mudanças na alimentação – comidas gordurosas, açúcar, produtos com sorbitol, vegetais que aumentam a produção de gases (feijão, repolho, batata doce), laticínios, alimentos picantes ou com muito conservantes devem ser evitados, além de álcool e cafeína;
  • no estilo de vida – adotar uma rotina de atividades físicas diária, não fumar e se beneficiar de psicoterapia e outras abordagens terapêuticas;
  • o uso de medicamentos em fases mais agudas, de maior desconforto.

Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal

Foi criado em 2010 por 5 membros fundadores, incluindo Crohn’s and Colitis Foundation (EUA), Crohn’s and Colitis Foundation Canadá, Crohn’s and Colitis Austrália, Crohn’s and Colitis Reino Unido, ABCD (Brasil) e a Federação Europeia de Crohn’s e Associações de Colite Ulcerativa (EFCCA).

Acontece anualmente no 19 de maio, para mostrar apoio às pessoas que vivem com essas condições, visto que ainda há pouca compreensão pública da dor e do sofrimento crônico que os pacientes com DII corajosamente enfrentam todos os dias.

O tema desse ano é DII e bem-estar.

DII e bem-estar

Viver com uma doença crônica e dolorosa pode afetar a saúde mental e o bem-estar emocional do paciente. Lidar com os sintomas físicos das doenças, e com estresse, preocupação, depressão e ansiedade. A maioria das pessoas com DII não contam suas histórias. Elas podem ter bons resultados clínicos relacionados à doença, mas uma qualidade de vida ruim.

A campanha foca em iniciar o diálogo, aumentar a conscientização sobre o impacto psicológico da doença e fornecer ao público geral e aos profissionais de saúde uma melhor compreensão das principais questões relacionadas com a DII e o bem-estar.

Uma pesquisa realizada pela EFCCA apontou que 40% dos mais de 6.000 entrevistados responderam que foram impedidos de manter um relacionamento íntimo.

Você é portador ou conhece alguém que DII? Então acompanhe a campanha e os depoimentos nas redes sociais, através das hashtags #breakthesilence e #maioroxo.